CAPITULO 01 - MUDANÇA


Meu nome é Wally, Wally Looserwood, tenho 17 anos e agora estou discutindo com minha mãe sobre a universidade que eu iria.

-Mas filho, o que se estuda em biblio... bibliote... Esse negócio ai que você está querendo fazer?

-Biblioteconomia Mãe, e eu não estou querendo fazer, mas foi a única que eu entrei e sabe que eu não posso ficar recusando oportunidades.

- Mas filho, aonde você vai morar? A universidade fica lá no Espírito Santo, vou ficar como aqui com o doido do seu pai querendo ficar pelado direto na casa.

-Mãe, você se virava muito bem com ele quando eu não era nascido.

-Mas antes eu também andava pelada pela casa, tinha um corpo que... Meu filho... Parava o transito! Agora estou... Assim, mas tenho consciência do meu estado, ele não, ainda se acha o garotão. Olha só, lá vai ele se exibir tentando levantar pesos.

Pela janela, meu pai estava pegando uma barra gigantesca e não conseguiu levantar, rasgando o short e mostrando aquela cueca de bolinhas vermelhas. Que decepção, se não fosse um cara com a mente forte, precisaria de anos de terapia!

-Mãe, por favor, não fique fazendo essa cara para mim, eu vou e está decidido.

Depois de muitas lágrimas e escândalos, consegui acalmá-la e arrumei as coisas e entrei no Ônibus para o espírito santo.

A viagem foi o de sempre, chacoalhos e torcicolos, mas logo estava numa rodoviária em Vitória e definitivamente não tinha idéia de para onde ir, nos mapas parecia tudo tão simples e agora tinham tantas pessoas e ninguém parecia querer me ajudar. Perguntei na lanchonete e eles me guiaram a UFES. Um cara engraçado, comprido e orelhudo com uma barba meio ruiva me recebeu e disse que o esquema de quartos para alunos estava no seu primeiro ano, eu tinha chegado bem antes do período das aulas, isso significa, que eu teria uma longa semana para conhecer toda a cidade antes de meus colegas de quarto chegarem e os outros alunos também.

Para começar fui ajeitar minhas coisas e tive sorte, pois poderia arrumar o quarto e ficar aonde eu quisesse.
Tudo estava em perfeita ordem, arrumado por cor, tamanho e/ou ordem alfabética. Tudo do jeito que eu gostava, arrumadérrimo!

Resolvi passear pela cidade até dar a hora de dormir, afinal, sem ninguém e sem dinheiro, não haveria muito o que fazer.
A cidade de Vitória é bonita, as praias são bonitas e tem gente muito simpática, um dos motivos que me fez vir para cá ao invés de tentar algo em são Paulo - O gentinha chata e besta esse povo de são Paulo – andei, andei e comi numa lanchonete simpática, mas muito cheia.
Resolvi voltar caminhando pelas ruas semi-ilumindadas da cidade até a Universidade. Caminhando olhando as casas , os prédios e... Caraca, onde estou? Roda aqui procura alguém, mas como o tempo estava levemente frio, as pessoas já tinham entrado e estava sozinho - e começando a ficar com medo - na rua.

De repente, encontrei uma alma viva e corri em direção a ela. Mas depois de alguns passos parei e comecei a pensar no que eu estava fazendo, poderia ele ser um bandido ou qualquer coisa, mas eu estava perdido. Tinha que correr esse riso e chamei
- Ei, Psiu!

-Pois não?

Era uma das criaturas mais feias que eu já tinha visto na vida, só tinha dois dentes, um cabelo todo imundo e grudado parece que com cera ou coisa assim, os olhos fundos e a pele totalmente enrugada, uma beiça avantajada que quase arrastava no queixo...

- Então? Me chamou para quê?

-Ah! – esqueci por um instante, diante de tamanha feiúra – Você mora por aqui?

- Não está vendo minha casa? – Ele apontava para um caixote na calçada dos fundos de um prédio bem alto, ninguém devia passar por ali.

-Ah, poderia me guiar até a universidade do espírito santo?

- Você é de lá? Não deveria estar estudando mocinho?

-As aulas ainda não começaram e eles têm uma espécie de toque de recolher, se eu não chegar logo, vou ter que dormir na rua – Não pareceu muito legal ter falado isso, mas não acho que ele tenha se ofendido.

- Ok Ok, eu te levo lá, mas vai ter que me dar alguma coisa para comer depois

- Pode deixar!

Ele me guiou e foi falando da cidade como um guia turístico, conhecia tudo, mesmo sem ter ido a lugar nenhum, bom pelo menos não nos lugares pagos.

- Bem, chegamos, estarei esperando aqui pela comida!

-Ok, já volto

Entrei e o mesmo cara com barba ruiva me recebeu, brigando comigo por causa do horário ele me levou pra dentro e logo trancou o portão, e eu não poderia levar a comida para o... Caraca, nem perguntei o nome do mendigo!
Chegando ao corredor, vi que minha porta estava entreaberta e as luzes acesas, fui na ponta dos pés até ela, quando abri vi umas das cenas mais estranhas de toda a minha vida.

2 comentários:

Unknown disse...

Adoreeeeeeeeii '

Jeferson Brito disse...

hmmm adorei o clima de suspense e tensão na ultima linha, vou para o capitulo II Agooooooora!

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